Vítimas clamam por um olhar

O conceito de vítima nos remete de imediato a vítimas de violencia, de criminalidade, contudo, os desempregados, também ao meu ver são vítimas, dado que para além de em alguns casos terem formação e não conseguirem o enquadramento profissional, estando, neste caso, a serem vitimizados pela falta de políticas de empregabilidade, são no seu cotidiano, vítimas da exclusão social, da marginalização social, e, em algumas vezes da rejeinção familiar.
Estas vítimas conforme entende Dias (1998) se transformam em dependentes a longo prazo dos seus projenitores. Das que suas famílias não possuem meios para lhes dar auxílio, entram na criminalidade, e neste sentido, alguns criminosos são vítimas; entram na prostituição como referiu uma testemunha “ Eu estou envolvida com 3 jovens, um deles é que paga tudo o que eu quero... e eu pago com tudo, não faço por gostar, as vezes choro, digo quero deixar, mas quando penso na minha mãe e na minha irmã, elas precisam do meu apoio ... por isso continuo neste sufoco” (sic.).
Quando questionada qual seria a solução adequada para que ela pudesse sair daquela situação, a mesma respondeu “ ter emprego, tenho n ível médio e um curso profissional, já efetuei (2) estágios, meto CV’s mas não apanho emprego
Uma segunda entrevistada, vítima de violencia conjugal contou “ ele me mal trata porque sabe que dependo dele, se eu tivesse emprego acredito que ele iria mudar...”(sic.)
A terceira entrevistada conta que “ele me bate, agora quer que agente vá viver juntos, se eu não aceitar vai dizer que tenho alguém... outra vez ficou sem me dar mesada para pagar a escolinha do menino porque estava zangado.... eu sei que ele faz isso porque sabe que não trabalho...” (sic.).
O quinto entrevistado relatou “ela fugiu com a nossa filha não sei para onde...ela me humilha, me joga na cara a minha condição de desemprgado...tenho o nível superior, já metí Cv’s mas nenhuma resposta, tentei fazer algus negócios mas com esta crise que o País atravessa nada consigo, as coisas estão caras, estou a ficar em casa, não tenho nem o básico para dizer posso ir a capital para tentar outros caminhos... não tenho com o que pagar a renda ou coisas para comer enquanto procuro emprego lá...” (sic).
Estes dentre os muitos casos aqui não relatados, reportam a situação vivida nas nossas sociedades, uma situação que urge repensar as políticas de integração da sociedade. Trata-se que um de um problema que se espande não somente em Moçambique, mas um pouco por todo o mundo. A pergunta é, de onde começar? A verdade é que tem de se começar por algum sítio, desde a integração nos planos currilurares de temáticas inerentes ao empreendodorismo, passando pelo empowerment destas vítimas que aos a cada dia perdem a força pela procura de emprego. No sentido de capacitá-las a descobrir novos caminhos para sairem da situação deplorável a que se encontram.

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